Autocompaixão


Viver é estar pressionado por demandas. Amigos, família, trabalho, estudo e todas as outras coisas, exigem da gente algum tipo de obrigação, ainda que pouca. Mas, talvez, dentre todas essas pessoas e coisas, a maior origem da nossa cobrança venha de nós mesmos.

A autocobrança pode ser definida como a sensação de que estamos sendo duros demais conosco e com as coisas que acontecem ao nosso redor. É claro que um pouco de cobrança é natural quando buscamos a excelência em alguma coisa. Um esforço que nos permite evoluir.

Mas quando essa autocobrança passa a se tornar uma fonte de frustração, angústia e insatisfação é necessário repensar a forma como vemos os nossos esforços, valorizando tudo o que passamos com empatia e procurando nos ajudar antes de realizar cobranças.

É daí que vem a autocompaixão, tema central desse artigo. A autocompaixão é uma atitude emocionalmente positiva que busca nos proteger contra as consequências negativas do autojulgamento, isolamento e ruminação, como a baixa autoestima que leva a depressão.

Devido à sua natureza não avaliativa e interconectada, a autocompaixão também deve combater as tendências ao narcisismo, egocentrismo e comparação social descendente, que foram associadas às tentativas de manter a autoestima e evitar a superficialidade estética.

Em outras palavras, se compaixão é o sentimento de demonstrar gentileza e preocupação pelas outras pessoas, a autocompaixão é basicamente o mesmo, porém tendo você mesmo como pessoa central desse impulso, buscando ajudar a si mesmo como você faria por outros.

Para compreender melhor, podemos definir a autocompaixão em 3 componentes distintos que ajudam a exemplificar como desenvolvê-la na prática e manter uma perspectiva de si mesmo voltada a aceitar suas limitações com cortesia, respeitando o que você é e o que pode se tornar.

  1. Autobondade – Ser gentil e compreensivo consigo mesmo em casos de dor ou fracasso, em vez de ser duramente autocrítico;
  2. Humanidade Comum – Perceber as próprias experiências como parte do ser humano mais amplo que você é, em vez de vê-los como coisas isoladas e separadas;
  3. Atenção Plena – Manter pensamentos e sentimentos dolorosos em consciência equilibrada, em vez de se identificar demais com eles.

Apesar de autocompaixão e autocobrança não serem exatamente coisas opostas, é necessário que exista um equilíbrio entre elas, justamente para que a gente perceba quando devemos ser mais exigentes e quando devemos ser mais empáticos com as nossas ações e vivências.

O problema é que esse dito “equilíbrio” quase sempre não acontece. A grande maioria das pessoas naturalmente se cobra mais do que se valoriza, isso sem ver todo o peso que carregam nos ombros diariamente. Essa perspectiva é problemática, já que ela prejudica o autocuidado.

Por isso, sempre cabe o questionamento. Quando as coisas estiverem estressantes e complicadas para você, tente parar por um minuto e se perguntar coisas como: preciso ser tão duro comigo mesmo? Em quais áreas da minha vida posso me cobrar menos?

Refletir sobre isso vai te permitir trabalhar a autocompaixão no dia a dia e trazer uma série de benefícios como a melhora da sua autoimagem, sentimento de resiliência, ganho de habilidades sociais, além do senso de autoconfiança e redução dos níveis de estresse e ansiedade.

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Fonte:

https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/15298860309032?needAccess=true&journalCode=psai20


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